30 de abr. de 2017

Book Haul de abril



A minha vida de universitária cheia de matéria acumulada não está permitindo que eu leia mais livros e, por isso, os meus posts estão diminuindo um pouco por aqui, mas eu juro que uma hora consigo colocar minha vida nos eixos e volto com tudo 👍

O meu post de hoje é bem rapidinho e vou falar um pouco dos livrinhos que comprei em abril depois de ficar uns dois ou três meses sem comprar nadinha. Na verdade, comprei mesmo livros para a faculdade, mas acabei colocando dois livrinhos que estavam muito baratinhos no carrinho e foi só amor com o frete grátis 💗



Bom, foram só quatro livrinhos e dois são para faculdade: política externa do regime militar brasileiro é para a minha matéria de política externa brasileira 2 e o Novas Geopolíticas é para vê se a minha cabeça começa a pensar melhor nos meus possíveis temas de monografia.  

Já os dois livrinhos que adquiriu pelo preço camarada foram: Persuasão, da Jane Austen e Um homem extraordinário e outros contos, do Tchékhov. 


Esse livrinho do Tchékhov custou apenas 12 reais e tem uns 9/10 contos e todos eles são pequenos, fáceis de ler e trazem uma lição bem estilo literatura russa, sabe. Ainda não li todos, mas confesso que ele está sendo meu companheiro fiel nesse momento e não sai da minha mochila porque sempre que tenho um tempo vago leio um conto. 


Já Persuasão comprei por 15 reais e confesso que foi pelo fato de ser edição de bolso da Zahar. A editora Zahar sempre arrasa nas edições de bolso e parece que nessa não é diferente sem contar que eu nunca li nenhum original da Jane (eu li razão e sensibilidade uma vez pra escola, mas eram aquelas versões super resumidas, sabe). Então, achei que era o destino me mostrando que era a hora de comprar um livrinho da Jane Austen para chamar de meu 💘

Essas foram as comprinhas da abril, espero que em maio venham mais livros, mas tudo bem se não rolar porque estou cheia de livros para ler e resenhar. Ah, prometo não sumir e voltar logo com mais resenhas 😊

 Por @Larissa



18 de abr. de 2017

RESENHA | A Menina mais fria de Coldtown


Nome: A menina mais fria de Coldtown
Editora: Novo Conceito
Autora: Holly Black
Páginas:  384

NOTA:  5/5

Sinopse: No mundo de Tana existem cidades rodeadas por muros, são as Coldtowns. Nelas, onde monstros que vivem no isolamento e seres humanos ocupam o mesmo espaço. Em uma decadente e sangrento embate entre predadores e presas. Depois que você ultrapassa os portões de uma coldtown, nunca mais consegue sair. Em uma manhã, depois de uma festa banal. Tana acorda rodeada por cadáveres. Os outros sobreviventes do massacre são o seu insuportável doce ex-namorado que foi infectado e que portanto, representa uma ameaça e um rapaz misterioso que carrega um segredo terrível. Atormentada e determinada, Tana entra em uma corrida contra o relógio para salvar o seu pequeno grupo com o único recurso que ela conhece: atravessando o coração perverso e luxuoso da própria coldtown. A menina mais fria de coldtown, da aclamada Holly Black, é uma história única sobre fúria e vingança, culpa e horror, amor e ódio.


Resenha: O mundo de Tana foi destruído. Destruído por seres temidos por muitos na realidade. Os famosos vampiros. Quando a infecção começou a surgir e se alavancar de forma explicável no mundo da protagonista, Tana, o governo achou um modo de conter as infecções e os já transformados. Eles criaram as famosas coldtowns, que são cidades rodeadas de enormes muros. As regras são claras e rígidas: SE VOCÊ ENTRAR EM UMA COLDTOWN, NUNCA MAIS PODERÁ SAIR, mas existe alguns pequenos detalhes que fazem com que você possa sair dela. O perigo espreita a cada curva das ruas de Springfield (Uma coldtown), colocando todos os moradores da coldtown em uma situação precária, pois além dos perigos, existe a falta de atenção, a negligência do governo, as ruas são inundadas de lixos e as pessoas são pobres. Fazem de tudo para sobreviver! Além desses detalhes sórdidos, devem se preocupar com os predadores, o sujeito que está no topo da cadeia alimentar lá dentro....e do lado de fora também.

O problema começa a ganhar corpo, logo no inicio do livro. A protagonista acorda na festa que estava na noite anterior, rodeada pelos cadáveres de seus amigos e desconhecidos. E aí você se pergunta, o que foi que aconteceu? Todos os jovens que estavam na festa estão mortos, com dois pequenos orifícios paralelos espalhados pelo corpo das vitimas, com exceção de duas pessoas, Exatamente! Tana se encontra com dois sobreviventes, e adivinha quem são? Seu ex-namorado (Aidan) que por sinal foi infectado, e um outro garoto super misterioso que exala elegância em todo o livro (Gavriel).


Holly Black, acredito eu, fez um excelente trabalho em ''A Menina mais fria de Coldtown''. O livro não se trata apenas de vampiros, monstros sugadores de sangue, aqueles clássicos que todos nós conhecemos. A Holly deu uma pequena inovada em base do livro, criando as coldtowns, que por sinal foi uma grande ideia do governo do livro. Isso fez com que diminuísse o surto e não permitir a extinção da raça humana. Além de que, a escrita da autora é maravilhosa. A escrita flui ao decorrer das páginas e isso fez com que eu quase devorasse o livro em apenas um dia (eu me segurei), ela escreve de uma forma tão leve, tão simples, que você lê e não sente as páginas passando, e quando você se da conta, já terminou.

A história foi muito bem elaborada. Os personagens foram muito bem construídos, principalmente Tana, a protagonista. Ela, tem suas características únicas, que fazem com que a personagem seja atraente de forma boa. Ela tem seus problemas familiares, e uma pequena história ruim que paira ao seu redor, e juro, fiquei com muita pena com a situação dela. Quando vocês lerem, entenderão do que se trata. 

O livro em geral é ótimo. Único problema, que na verdade talvez não seja um problema de fato, é que no inicio do livro, você cria uma suposta trama do que vai ocorrer pela frente, mas quando chega nessa ''frente'', não é absolutamente nada daquilo que você imaginou que seria! É totalmente outra coisa, que você fica abismado com aquilo. A história é simples, mas é rica em informações e detalhes que fazem com que o livro seja bom, e é por isso que dei nota máxima, pois é de fato um livro que vale a pena ler e não se arrepender. Além de que a editora, Novo Conceito, fez um excelente trabalho em cima do livro. Ótimo designer, maravilhosa capa, excelente diagramação...E um pequeno aviso a Holly Black (rsrsrs), por favor, faça com que tenha uma continuação, porque eu necessito ler mais sobre a Tana e Gavriel. Vocês que estão lendo a resenha, saberão do que estou falando quando lerem e terminarem o livro.

    ''...Uma história única sobre fúria e vingança, culpa e horror, amor e ódio.'

  
                                               @ErickS

6 de abr. de 2017

Vai ter literatura brasileira aqui também!




E vou começar pela resenha de Helena. Nada como uma obra machadiana para abrir essa nossa coluna de autores clássicos brasileiros. Na verdade, a minha intenção é misturar esse projeto de Clássicos brasileiros com o outro de Leia + Nacionais (que eu já comecei aqui no blog e tem resenha de Mar de Pedras 😉)

Mas, vamos falar de Helena. Quando terminei de ler esse livrinho, eu sabia que a ressaca literária seria grande e que precisava falar sobre ele aqui ou no instagram. Então, decidi resenhar Helena e falar de Machado.

Helena começa com a morte do Conselheiro Vale, um senhor viúvo que morava com o filho Estácio e a irmã D. Úrsula. No dia da leitura do testamento a família tem uma surpresa: o velho conselheiro admite que foi adultero durante seu casamento e teve uma filha fora do mesmo: Helena. Além disso, o Conselheiro destina metade da sua herança a essa herdeira ilegítima (até então) e pede que a família acolha a menina.
Pode-se imaginar qual seria a reação da família, né!? Mas a menina vai morar com a família e, aos poucos, conquista a todos até mesmo D. Úrsula que era a mais contrariada com a chegada na nova herdeira. Assim começa a aproximação de Helena com a sua nova família.

Helena é uma moça bonita, elegante, sofisticada, boa pessoa e que conquista a todos que surgem pelo seu caminho, mas guarda um segredo que poderia mudar sua vida e daqueles que passam a acolhe-la no seio da família. De cara, ela se dá muito bem com Estácio.

Estácio é um bom rapaz, um bom filho que acata prontamente o pedido do pai. O rapaz é formado em matemática e apaixonado por Eugênia, a filha do Dr. Camargo, médico da família e amigos do falecido, mas o problema é que ele passa a desenvolver mais do que apenas bons sentimentos por sua irmã. Dessa forma, o jovem passa a viver um dilema e um conflito interno enorme.

O jovem sabe que isso é errado, acredita que ele e Helena são irmãos, mas o sentimento é reciproco e a moça se sente da mesma maneira. E esse é o grande dilema do livro e que faz o leitor se prender na história e ficar instigado pela mesma. Da mesma forma que instiga e muitos gostam, a história também pode não agradar a todos devido ao principal tema que aborda e pela lentidão do começo da narrativa.
Vale ressaltar que esse livro foi escrito durante a fase romântica machadiana e, logo, se encontra alguns traços do romantismo nesse livro. A escrita de Machado é um pouco difícil nessa obra em questão, mas é uma leitura que realmente vale a pena. Helena é uma obra grandiosa, possui uma descrição dos costumes da época muito pontual e com uma análise psicológica fantástica dos personagens. Outro ponto que merece destaque é a construção das personagens femininas que possuem um papel de incrível relevância e apesar de ser curta - e se desenrolar em poucas páginas – é uma narrativa que ganha os leitores.

Como já apontei acima, confesso que no começo achei o livro bem lento e esse foi um dos meus problemas com a história. Além disso, fiquei um pouco confusa com a escrita no começo também, mas depois... Depois eu fui pega de jeito pela história, pelos personagens e por toda a trama. Quando me dei conta eu estava sendo surpreendida pela narrativa de Machado de Assis mais uma vez e questionando os acontecimentos envolvendo Estácio e Helena.

E vocês nem imaginam a minha surpresa quando descobri certos fatos, sabe. A minha única reação foi "Por que eu sempre tenho que sofrer por causa desses personagens?" E eu sofri (mais uma vez). Eu só sei que quando dei por mim já tinha terminado o livro e pá RESSACA LITERÁRIA. Helena serviu para me fazer relembrar meu amor por clássicos e, principalmente, pelas palavras. Machado nunca desaponta, né.

3 de abr. de 2017

CINEMATIZANDO | 13 Reasons Why

''Acho que essa é a questão central. Ninguém sabe ao certo o impacto que tem na vida dos outros.''


                       ''Eu sou Hannah Baker, e hoje vou falar em como cheguei no meu fim.''

           13 Reasons Why é uma série da Netflix onde conta a história de uma menina, conhecida como Hannah Baker, que infelizmente se suicidou, devido o constante bullying que vinha sofrendo de seus ''amigos''. A personagem se vê num beco sem saída, rodeado por arames farpados que nunca irão embora, então ela cria em sua mente devido o trauma que sua única opção é aquela... Antes, ela grava os 13 porquês que a motivaram a fazer tal coisa, mostrando que suicídio não é algo banal, não é algo que se faz em busca de atenção... é algo que precisa ser debatido entre todos. Algo que deveria ter sido extinto há tempos, mas por alguma razão, não foi.

''Eu quis ligar para alguém. Contar o que tinha acontecido, e que doía. Mas não havia ninguém ali. Ninguém com que eu pudesse contar. Ninguém disposto a abrir mão do sono para ouvir minhas queixas. Ninguém que se importasse.'' - 13 Reasons Why

         Um boato surge, uma foto é divulgada, corredores são preenchidos por vozes vazias que vociferam o quanto aquilo foi sujo... e a maldade se cria diante de pessoas que acham que não são culpadas. Mãos correm em busca de pedras que acertam pra valer, sangue escorre e o medo surge. Não importa qual foi sua ação, tenha em mente que sempre haverá uma reação. E será que você é capaz de lhe dar com essa reação?
            As vitimas costumam se ver em um caminho sem volta. Uma passagem apenas de ida, e uma passagem muito cara. O agressor vê aquilo como brincadeira, não vê a verdadeira faceta daquilo, algo que pode explodir a qualquer momento e espalhar fragmentos por todos os lados. Diante de um trauma, a vítima geralmente luta contra aquilo, ou tenta correr ou apenas paralisa e deixa o ato acontecer porque já não tem mais força. É um circulo vicioso, onde o agressor vai causando ainda mais danos no sofredor.
         As pessoas que estão passando ou já passaram por isso, sempre tem em mente que aquilo nunca vai acabar. Eles pensam que ninguém se importa com aquela dor, que aquela dor apenas vai doer ainda mais a cada dia, a cada pôr do sol. Tudo parece crescer e piorar a cada dia, aquele sofrimento vai apenas aumentando, cada vez que cresce mais vai apenas empurrando mais a pessoa contra-parede.
        A dor é sentida e provocada de diversas formas. Seja ela por um amor, uma negligência, um aperto no cotidiano, uma amizade, bullying, ausência de pessoas próximas... seja lá o que for, sinais sempre são emitidos, e você que está lendo isso, precisa saber reconhecer esses sinais. Não negligencie mais essas pessoas que estão em busca de ajuda de alguma forma, vire para o lado, olhe no fundo dos olhos, busque a dor e tente afasta-la.
         O suicídio é a segunda causa de morte entre os jovens, divulgado por uma pesquisa. Isso é alarmante e triste. As pessoas da era contemporânea se prendem á um paradigma de que bullying não existe, afirmam e concretizam de que é apenas brincadeira de adolescentes, que é algo sem o intuito de machucar, entretanto eles não sabem ao certo o impacto que cada detalhe pode ter na vida do outro. Pessoas se mutilam, pessoas morrem, pessoas matam por causa disso. Não é de hoje que vemos o noticiário divulgar tragédias que logo mais tarde é descoberto que tudo aquilo foi motivado do bullying.
             

                 Suicídio é um assunto muito difícil e delicado de se falar, mas isso não o isenta de não ser posto em pauta. É o assunto que muitos não conseguem dizer sobre, mas que devem ser falados por todos. As vitimas que veem apenas o suicídio como opção, que não conseguem mais lutar contra aquilo e se veem paralisados, carregam uma carga emotiva muito grande e pesada, elas gritam sempre em busca de atenção, em busca de que alguém as ajude, de que alguém seja capaz o suficiente de atende-las para ajudá-las, mas nem sempre todos tem o talento de enxergar esses pequenos sinais, essas aparentemente pequenas reclamações mas grandes dores.
               Nunca tive uma ligação tão forte com uma série como tive com esta. Nunca sofri tanto, nunca senti tanta dor com uma personagem como senti com Hannah Baker. A cada lágrima, a cada apunhalada era como se eu fosse um dos porquês que estava ali apenas como telespectador vendo o que estava acontecendo sem fazer nada. A minha dor foi aumentando quando vi o quanto eu queria estar ali com a Hannah para confortá-la, para dizer que aquilo tudo iria passar um dia e que eu estava ali com ela independente de cada lista, de cada boato, de cada palavrão. Eu só queria poder dar um abraço naquela garota e dizer que eu sentia muito por aquelas pessoas serem tão más. Foi um sofrimento tão grande assistir essa série, mas tão necessário que me acordou para diversos detalhes que estava acontecendo e eu ainda não tinha percebido.
                  A série possui uma grande carga de informação, é uma obra que trata este ato terrível de forma sincera e dolorosa, mas de forma que realmente deve ser retratada para ver se as pessoas acordam e parem de negligenciar isso o tempo todo. Você, que está lendo esse texto neste exato momento, vire para o lado, olhe sobre os muros, veja se há alguém lançando sinais, tente ajudá-los de alguma forma, orientando-o, sendo amigo, conversando... não deixe para depois, não deixe acontecer. 
                 Talvez todos aqui já tenham sentido essa dor tão forte que vai se acumulando cada vez mais, mas que de certa forma conseguiram mandá-la embora. Quero que saiba que nem todos conseguem, quero que saiba que isso é uma dor real. Não fique calado numa situação dessas, não compactue com o agressor, não se sinta de que não há nada a ver com a vida da pessoa, pois na verdade você há. Lute contra isso, dê apoio, e o mais importante, nunca, jamais, seja um dos porquês. Aliás, quero pedir desculpa á todos se um dia eu já fui o seu porquê de alguma forma. 

Você não pode mudar o passado, nem interromper o futuro, mas pode agir no presente.   @ErickS

* CINEMATIZANDO é uma nova coluna que sua primeira edição foi lançada hoje e tem o propósito de opinarmos sobre os lançamentos do cinema. Vimos a grande oportunidade da primeira edição ser especial falando sobre algo polêmico e doloroso, e assim foi feito.
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