Nome Original: The Catcher in The Rye
Autor: J. D. Salinger
Páginas: 180
Editora: Editora do Autor
Nota: 💗💗💗💗💗/5 + lista de favorito da vida
O apanhador no campo de
centeio é conhecido por ter “inspirado” alguns assassinos que causaram
episódios trágicos na vida de pessoas famosas como John Lennon. Mark David
Chapman carregava uma cópia do apanhador no campo de centeio no dia em que
atirou em John Lennon e afirmou, depois, que se identificava com o personagem
principal do livro: Holden Caulfield, um adolescente crítico que odeia
falsidade.
Talvez esse não seja o
melhor jeito de se começar uma resenha, ainda mais sobre um
livro que gostei bastante, mas não sabia muito bem como começar, sabe.
Por toda essa questão descrita anteriormente e por indicação de uma amiga (valeu Micaela, seu livro foi sensacional), decidi ler
The Catcher in The Rye. Confesso que já tinha uma vontade, porque tem uma
música do Guns n’ Roses chamada Catcher in The Rye que, segundo alguns, foi
claramente inspirada nesse livro.
Música do Guns n' Roses inspirada em The Catcher in the Rye
O apanhador no campo de
centeio é um livro simples, de verdade. Ele vai nos contar um final de semana,
apenas três dias da vida de Holden, mas a grande sacada – e que torna o livro
algo incrível e interessante – é o fato de que o próprio Holden conta a sua
história. O livro é contado pelo personagem principal e isso faz com que a
gente acompanhe os pensamentos dele, as questões, os momentos e chama atenção
como, a todo momento, o Holden conversa com a gente. Acho que o grande lance é
o psicológico do livro, tipo quando a gente lê Dostoievski e tem toda aquela
carga psicológica/emocional dos livros dele, sabe.
Talvez não chame atenção
saber como é um final de semana de um adolescente rico e nova-iorquino que
acabou de ser expulso novamente de um colégio e decidi voltar para casa –
saindo da Pensilvânia em direção a Nova York – antes que seus pais descubram.
Tudo isso acontecendo poucos dias antes do natal. MAS LARISSA, EU NÃO VI NADA DEMAIS NISSO.
E, ao meu ver, não tem mesmo, mas é justamente o fato do
Holden contar a história pra gente, conversar com o leitor e ser tão crítico
sobre tudo que acontece ao redor dele que faz essa história única e tão
complexa.
Holden é rebelde,
revoltado e odeia falsidade. Se você ler o livro um tanto distraído, vai achar
que ele é só mais um rebelde, um louco ou um chato, mas o Holden é muito mais
que isso. Eu li o Holden como uma grande metáfora, sabe. Esse livro foi escrito
nos anos 50, num momento bem incomum da vida dos Estados Unidos, Hollywod
bombando, crescimento exorbitante da sociedade de consumo e capitalismo ainda
em alta. E o Holden, ao meu ver critica muito tudo isso e odeia
Hollywood e seus filmes. ODEIA MESMO. As únicas pessoas que o Holden gosta são
as crianças. A Phoebe, sua irmã mais nova, parece ser a única pessoa que ele
realmente ama de verdade e acho que isso diz muito sobre o nosso personagem um
tanto quanto problemático.
O Holden choca pelo modo
como ele fala, pensa e se expressa, mas apesar de tudo isso ele é um personagem
que pensa demais, pensa muito, mas não age tanto e isso as vezes pode causar um
certo desgosto ou raiva do tipo “mas você só fala e não faz muito”. Mas essa é
a personalidade do Holden. Ele é um mentiroso de mão cheia e a gente percebe
muito bem isso no livro, ele mente muito e ele mesmo diz isso em uma parte da
história.
O nome do livro faz todo
sentido quando a gente entende a forma como o Holden entendia o poema de Robert
Burns chamado “Coming thro the Rye”. Eu poderia explicar melhor, mas isso seria
um spoiler e eu não quero fazer isso. Eu só queria dizer que essa parte é
sensacional e fez todo sentido na minha cabeça o que o Holden achava, como a
forma que ele compreendeu o poema/canção revela essa visão e o porquê dele
gostar tanto de crianças e amar tanto a Phoebe.
Tem um trecho que o
Holden diz que” Bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler e fica
querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda
vez que der vontade. Mas isso é raro de acontecer” (pg. 23). Eu queria dizer
que entendo o Holden, isso acontece muito comigo e que eu queria muito ter sido
amiga do J. D. Salinger para ter sabido e entendido mais sobre o Apanhador no
Campo de Centeio.
Por Larill
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