2 de mar. de 2017

Resenha de Mar de Pedras


Título: Mar de Pedras
Autor: Daniel Barros
Editora: Thesaurus
Número de Páginas: 255
Nota: 💙💙💙💙/5

   Resenha: O livro narra a história de Henry Melo, um fotografo profissional que tem um quê de Don Juan aliado à sua simpatia e bom coração. Dividindo seu tempo entre a pequena ilha que mora no Alagoas e suas viagens a trabalho para os mais diversos lugares, Henry conhece o mais variado tipo de mulheres, modelos e possui uma vida amorosa bem movimentada; os seus relacionamentos são de curta duração e envolvem bastante atração sexual até que ele se depara com sentimentos diferentes pela bela Francesca, que também é modelo. Além disso, Henry está cada vez mais envolvido com a população da ilha onde mora e começa (cada vez mais) a se envolver nos assuntos da política. Um prato cheio para uma grande trama e confusões, certo?!

A narrativa se concentra nessa pequena cidade/ilha do interior que nos mostra como a política das cidades pequenas remete a mesma da República Velha, igual nos livros de escola, em que a hierarquia ainda reina na figura do prefeito, que vem de uma família rica que passa mais tempo na Capital do que na própria cidadezinha e que pouco se interessa pelas questões dos moradores locais. E é nesse descaso do prefeito que a população sempre acaba recorrendo a Henry e ao Padre Francisco. A maioria dos moradores da região são pescadores e pessoas simples, mas de grande coração como Seu Antônio – velho pescador que viu Henry crescer e é um amigo de longa data -, sua neta Carolina, que toma conta da casa de Henry quando ele está fora da cidade.


- Ah! Como eram Luísa, em Caetés, de Graciliano Ramos, ou Sra. De Rênal, em O VERMELHO E O NEGRO, de Stendhl! – Henry pegou o livro e abriu na página marcada – “era uma simplicidade, ingênua, cheia de inocência, muito tímida e a alma ingênua era tamanha que não ousava julgar os atos do mrido”- Henry comentou: - e, além disso, uma rica herdeira com educação religiosa. Essas duas mulheres com certeza eram pra casar. 



   Um livro narrado em terceira pessoa e que se concentra, principalmente, no ponto de vista do Henry e em um grande questionamento que surge na vida do personagem: ele está tendo um caso com uma mulher casada e apaixonada por outra mulher; essa questão faz o fotografo refletir bastante em alguns momentos do livro. Os capítulos são curtos e isso facilita ainda mais o desenvolvimento da história que em certos momentos faz o leitor questionar o suposto envolvimento de Henry e Francesca e até mesmo a capacidade de Henry em lidar com seus sentimentos. As cenas de sexo não são vulgares, elas dão o tom certo na construção da trama, mas não são apropriadas para menores de idade. A diagramação é simples e perfeita, os erros de revisão são poucos e a leitura é muito fácil. O nome do livro faz todo o sentido quando se chega ao final da história e o leitor precisa mesmo chegar ao último capítulo para entender essa ligação.




Como uma boa Bookaholic apaixonada por bela capas, preciso confessar que a capa de Mar de Pedras foi a primeira coisa que chamou a minha atenção. Ela conquistou meu coração desde o momento em que peguei o livro pela primeira vez e já entrou na minha listinha das capas que eu mais gosto. Com uma capa tão linda assim foi bem fácil começar a leitura, viu. Todos os personagens conquistaram meu coração (como Carolina e Francesca que são personagens fortes e que sabem o que querem da vida), eles foram muito bem construídos e o autor acertou em cheio no desenvolvimento deles e nos caminhos que cada um traçou. O difícil mesmo foi aceitar que o livro havia acabado e ter que lidar com a minha ressaca literária (ainda estou lidando com ela, viu Daniel Barros).

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