Título: Mar de Pedras
Autor: Daniel Barros
Editora: Thesaurus
Número de Páginas: 255
Nota: 💙💙💙💙/5
Resenha: O livro narra a história de Henry Melo, um
fotografo profissional que tem um quê de Don Juan aliado à sua simpatia e bom
coração. Dividindo seu tempo entre a pequena ilha que mora no Alagoas e suas
viagens a trabalho para os mais diversos lugares, Henry conhece o mais variado
tipo de mulheres, modelos e possui uma vida amorosa bem movimentada; os seus
relacionamentos são de curta duração e envolvem bastante atração sexual até que
ele se depara com sentimentos diferentes pela bela Francesca, que também é
modelo. Além disso, Henry está cada vez mais envolvido com a população da ilha
onde mora e começa (cada vez mais) a se envolver nos assuntos da política. Um
prato cheio para uma grande trama e confusões, certo?!
A narrativa se
concentra nessa pequena cidade/ilha do interior que nos mostra como a política
das cidades pequenas remete a mesma da República Velha, igual nos livros de
escola, em que a hierarquia ainda reina na figura do prefeito, que vem de uma
família rica que passa mais tempo na Capital do que na própria cidadezinha e
que pouco se interessa pelas questões dos moradores locais. E é nesse descaso
do prefeito que a população sempre acaba recorrendo a Henry e ao Padre
Francisco. A maioria dos moradores da região são pescadores e pessoas simples,
mas de grande coração como Seu Antônio – velho pescador que viu Henry crescer e
é um amigo de longa data -, sua neta Carolina, que toma conta da casa de Henry
quando ele está fora da cidade.
- Ah! Como eram Luísa, em Caetés, de Graciliano Ramos, ou Sra. De Rênal, em O VERMELHO E O NEGRO, de Stendhl! – Henry pegou o livro e abriu na página marcada – “era uma simplicidade, ingênua, cheia de inocência, muito tímida e a alma ingênua era tamanha que não ousava julgar os atos do mrido”- Henry comentou: - e, além disso, uma rica herdeira com educação religiosa. Essas duas mulheres com certeza eram pra casar.
Um livro narrado em terceira pessoa e que se concentra,
principalmente, no ponto de vista do Henry e em um grande questionamento que
surge na vida do personagem: ele está tendo um caso com uma mulher casada e
apaixonada por outra mulher; essa questão faz o fotografo refletir bastante em
alguns momentos do livro. Os capítulos são curtos e isso facilita ainda mais o
desenvolvimento da história que em certos momentos faz o leitor questionar o
suposto envolvimento de Henry e Francesca e até mesmo a capacidade de Henry em
lidar com seus sentimentos. As cenas de sexo não são vulgares, elas dão o tom
certo na construção da trama, mas não são apropriadas para menores de idade. A
diagramação é simples e perfeita, os erros de revisão são poucos e a leitura é
muito fácil. O nome do livro faz todo o sentido quando se chega ao final da
história e o leitor precisa mesmo chegar ao último capítulo para entender essa
ligação.
Como uma boa Bookaholic apaixonada por bela
capas, preciso confessar que a capa de Mar de Pedras foi a primeira coisa que
chamou a minha atenção. Ela conquistou meu coração desde o momento em que
peguei o livro pela primeira vez e já entrou na minha listinha das capas que eu
mais gosto. Com uma capa tão linda assim foi bem fácil começar a leitura, viu.
Todos os personagens conquistaram meu coração (como Carolina e Francesca que
são personagens fortes e que sabem o que querem da vida), eles foram muito bem
construídos e o autor acertou em cheio no desenvolvimento deles e nos caminhos
que cada um traçou. O difícil mesmo foi aceitar que o livro havia acabado e ter
que lidar com a minha ressaca literária (ainda estou lidando com ela, viu
Daniel Barros).
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