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17 de set. de 2017

Eu Prometo Tentar - Resenha


Autora: Andreia Nascimento 
Ano: 2017 
Onde comprar: Amazon 
Sinopse:  Meu nome é Maxine e esta é a história da minha vida.  Uma vez eu disse que tentaria viver a minha vida da melhor forma que pudesse e não seria um possível erro em meu código genético que não me permitira me sentir viva. Mas de tudo que prometi tentar viver, o amor não estava nesta lista. Eu vi o que a perda de uma pessoa que você ama pode causar em uma vida e eu posso até não sobreviver ao erro da natureza, mas eu prometo viver.

Meu nome é Pedro e esta é a história de como a Maxine virou a minha vida.

Eu não estava procurando por nada disso, se alguém me perguntasse o que eu estava buscando isto não estaria na minha lista. É um costume das pessoas fazerem listas, terem sonhos e principalmente medos. E hoje, tudo o que nunca sonhei e nem mesmo desejei se tornou o meu maior medo. Eu só sei de uma coisa; eu não posso perdê-la. 


Minha humilde opinião: 

🚩Ninguém se responsabiliza caso você sofra, chore ou fiquei emocionado lendo EPT 🚩

Eu já sabia que a história de Pedro e Maxine era incrível desde as primeiras páginas porque quando fiz as primeiras impressões... Esses dois não saiam da minha cabeça e do meu coração. E só confirmei essa verdade lendo o resto da história ❤

Vamos recapitular um pouco: Maxine é uma estudante de medicina que não quer se envolver romanticamente porque não sabe se tem a mesma doença que matou a mãe. Só que o destino é uma coisa engraçada e colocou o Pedro (um homem maravilhoso, diga-se de passagem) na vida dela para mostrar que esse negócio de amor não é como a Maxine pensa 😊

E a partir desse encontro a história desse casal vai acontecendo e nós vamos conhecendo mais sobre o Pedro, a Maxine, o Davi, a Tainá, a Carol, o Liam e o embuste do Matheus. Larissa, mas quem são esses? Bem, vamos lá. Pedro - homão maravilhoso - mora com o Davi como melhor amigo e a Tainá - que além de sócia, melhor amiga ainda é ex-namorada dele- enquanto que a Maxi mora o Liam, seu primo, e a Carol. Já perceberam que isso pode dar confusões e gerar probleminhas, né. E isso acontece também, viu. 

Por que eu fiz questão de destacar os amigos e tudo mais? Porque algo muito importante nessa história e que alguns personagens até destacam é que família é muito mais do que ter laços sanguíneos, compartilhar dna e coisas do renego. Família é aquela do coração também, aquela que a gente escolhe: os amigos. E isso é lindo demais. Além de ser muito verdadeiro porque me sinto justamente assim sobre amizades também. E essa é uma das mensagens lindas que o livro passa. 

Claro que tem aqueles personagens que a gente ama e aqueles que a gente não vai com a cara, mas eu quebrei a cara com esse livro porque alguns personagens me deram uns tapas na cara durante a história. O único que continuou sendo odiado e embuste mesmo foi o Matheus, o ex- namorado chato, embuste e pé no saco da Maxine. Inclusive, vamos ignorar ele aqui 😁 Já a Tainá, vou destacar ela aqui rapidinho, foi uma relação um pouco difícil porque eu queria dar uns sacodes nessa menina, mas ela É EXTREMAMENTE IMPORTANTE NO LIVRO. SERIAO. NÃO SAIAM ODIANDO ELA NO COMEÇO PORQUE JURO QUE ELA É IMPORTANTE. 

E eu vou parar por aqui antes que eu saia falando algo que não devo, né. Agora, vão ler esse livro porque ele é muito bom 😉

1 de set. de 2017

Persuasão - Jane Austen


Nome Original: Persuasion
Autor(a): Jane Austen
Editora: Zahar 
Nota: 🌟🌟🌟🌟🌟's/5 🌟's


Quote de Persuasão: 
"Ela o havia maltratado, abandonado e decepcionado. Pior ainda: ao fazê-lo havia demonstrado uma fraqueza de caráter que o temperamento decidido e confiante dele não podia suportar. Havia desistido dele para agradar aos outros. Havia cedido aos efeitos de uma persuasão excessiva. Havia sido fraca e acanhada."


Minha opinião: 
Essa é uma resenha num modelo um pouco diferente do que costumo fazer. Espero que vocês gostem porque achei ela mais direta e mais objetiva que as anteriores 😉

Persuasão foi o primeiro romance que eu li na integra da Jane Austen e QUE LIVRO, MEUS AMIGOS! Anne Elliot é a filha do meio de um senhor que já foi mais rico, que um dia foi muito apaixonada pelo capitão Wentworth, mas foi persuadida por outras a terminar com ele por causa de sua posição social. Afinal, o jovem era apenas um marinheiro.

Anos depois, Anne ainda vive em Kelinch Hall com seu pai e sua irmã mais velha – que ainda não se casou - , mas a família passar por problemas e precisa alugar a mansão para tentar sanar as dificuldades. Então, a vida de Anne muda quando ela descobre que quem vai habitar sua casa é nada mais nada menos que a irmã do seu antigo amor. Se não bastasse tudo disso, Anne passa a ter que conviver e se encontrar várias vezes com o antigo amor e esses encontros não são nada amigáveis, né.
 
Como eu disse, esse livro foi o primeiro que li na integra da Jane Austen e foi amor a cada página. Eu devorei esse livro em dois dias e isso porque eu precisava dormir no meio tempo. Então, não consegui ler tudo num dia só. Fiquei extremamente encantada pela história e confesso que no começo fiquei com um pouco de angustia por causa da Anne. Minha vontade era de pegar ela pelos ombros e falar “meu amor, vai viver sua vida. Essa família não te merece”. Fiquei extremamente agoniada com as coisas que a família da Anne tratou ela.

Que história de amor linda. QUE CARTA. JÁ QUERO UM FREDERICK WENTWORTH NA MINHA VIDA. Eu só posso dizer: LEIAM PORQUE É SENSACIONAL!


23 de jun. de 2017

Resenha: Não Conta Lá Em Casa


Título: Não Conta Lá Em Casa – Uma viagem pelos destinos
 mais polêmicos do mundo
Autor: André Fran
Número de páginas: 308
Editora: Record
Nota: 💗💗💗💗💗/5 + pra sempre um dos meus preferidos


Sinopse: Escrito por André Fran, o livro ‘Não conta lá em Casa’ é um fascinante relato pessoal de algumas das viagens que o autor fez com o programa. Nele, Fran narra aventuras e curiosidades de alguns dos mais inusitados destinos que percorreu. Iraque ainda praticamente em guerra, a impenetrável Coreia do Norte, o Afeganistão dos talibãs, Tuvalu, a ilha-país prestes a sumir do mapa pelos efeitos do aquecimento global, além de Somália, Etiópia, o Japão logo após o tsunami, entre outros. Uma obra repleta de histórias que divertem e emocionam.” 



Resenha: Sempre gostei da ideia de conhecer lugares diferentes, lugares que a maioria das pessoas nunca ouviu falar ou não escolhem propriamente como pontos turísticos. E acho que foi por isso que me identifiquei bastante com o Não Conta Lá Em Casa, um programa de viagens no qual quatro amigos, na época em que o livro foi lançado, viajam pelos destinos mais polêmicos do mundo, destinos que com certeza não fazem parte do roteiro de viagem de nenhum turista ‘’ normal’’.

Fran viajava pelos destinos mais polêmicos do mundo, como diz o próprio título, e sempre tentava mostrar a realidade das situações locais pela ótica daqueles que vivem ela. Por exemplo, os diálogos que retrata com seus guias quando visita a Coreia do Norte ilustram bem essa situação e, mesmo sem ser esse o objetivo do programa, acabam por trazer grandes lições para aqueles que acompanham a série.


O autor vai contando um pouco sobre suas aventuras e sobre o que foi aprendendo ao percorrer os destinos que foram escolhidos para as primeiras temporadas do programa. Desde países isolados como Mianmar até aqueles que estão prestes a sumir como Tuvalu, o livro todo é uma viagem sensacional sem você precisar sair de casa ou ficar doze horas num avião para chegar ao outro lado do mundo. 

“Tuvalu é emblemático! ... E tudo isso somado é que tornava ainda mais desesperador o fato de que somos nós que estamos diariamente apertando o gatilho que vai dar cabo aquilo. Desperdício de água, de energia, consumismo exacerbado, poluição... No fundo, todos sabemos o que está causando essa tragédia no Pacífico. Mas o que estamos fazendo para mudar o triste destino desse pedaço de paraíso? Porque Tuvalu nada mais é que o exemplo imediato do que pode acontecer com todos nós.’’

(Página 163)



Com uma linguagem simples, cativante e maravilhosa Fran nos mostra que é (praticamente) impossível não amar o livro, não virar fã dele (e do programa) e de admirar o trabalho que eles fazem. Não Conta Lá Em Casa é um dos melhores livros que já li na vida e que faço questão de recomendar a todos os meus amigos de faculdade e a qualquer pessoa que se interesse pelo assunto. Esse livro não é um manual de viagens ou um guia para aventureiros, ele é muito mais: é um lugar onde você descobre lugares fascinantes, adquiri conhecimento e acima de tudo passa a olhar diferente para certas situações. 

6 de abr. de 2017

Vai ter literatura brasileira aqui também!




E vou começar pela resenha de Helena. Nada como uma obra machadiana para abrir essa nossa coluna de autores clássicos brasileiros. Na verdade, a minha intenção é misturar esse projeto de Clássicos brasileiros com o outro de Leia + Nacionais (que eu já comecei aqui no blog e tem resenha de Mar de Pedras 😉)

Mas, vamos falar de Helena. Quando terminei de ler esse livrinho, eu sabia que a ressaca literária seria grande e que precisava falar sobre ele aqui ou no instagram. Então, decidi resenhar Helena e falar de Machado.

Helena começa com a morte do Conselheiro Vale, um senhor viúvo que morava com o filho Estácio e a irmã D. Úrsula. No dia da leitura do testamento a família tem uma surpresa: o velho conselheiro admite que foi adultero durante seu casamento e teve uma filha fora do mesmo: Helena. Além disso, o Conselheiro destina metade da sua herança a essa herdeira ilegítima (até então) e pede que a família acolha a menina.
Pode-se imaginar qual seria a reação da família, né!? Mas a menina vai morar com a família e, aos poucos, conquista a todos até mesmo D. Úrsula que era a mais contrariada com a chegada na nova herdeira. Assim começa a aproximação de Helena com a sua nova família.

Helena é uma moça bonita, elegante, sofisticada, boa pessoa e que conquista a todos que surgem pelo seu caminho, mas guarda um segredo que poderia mudar sua vida e daqueles que passam a acolhe-la no seio da família. De cara, ela se dá muito bem com Estácio.

Estácio é um bom rapaz, um bom filho que acata prontamente o pedido do pai. O rapaz é formado em matemática e apaixonado por Eugênia, a filha do Dr. Camargo, médico da família e amigos do falecido, mas o problema é que ele passa a desenvolver mais do que apenas bons sentimentos por sua irmã. Dessa forma, o jovem passa a viver um dilema e um conflito interno enorme.

O jovem sabe que isso é errado, acredita que ele e Helena são irmãos, mas o sentimento é reciproco e a moça se sente da mesma maneira. E esse é o grande dilema do livro e que faz o leitor se prender na história e ficar instigado pela mesma. Da mesma forma que instiga e muitos gostam, a história também pode não agradar a todos devido ao principal tema que aborda e pela lentidão do começo da narrativa.
Vale ressaltar que esse livro foi escrito durante a fase romântica machadiana e, logo, se encontra alguns traços do romantismo nesse livro. A escrita de Machado é um pouco difícil nessa obra em questão, mas é uma leitura que realmente vale a pena. Helena é uma obra grandiosa, possui uma descrição dos costumes da época muito pontual e com uma análise psicológica fantástica dos personagens. Outro ponto que merece destaque é a construção das personagens femininas que possuem um papel de incrível relevância e apesar de ser curta - e se desenrolar em poucas páginas – é uma narrativa que ganha os leitores.

Como já apontei acima, confesso que no começo achei o livro bem lento e esse foi um dos meus problemas com a história. Além disso, fiquei um pouco confusa com a escrita no começo também, mas depois... Depois eu fui pega de jeito pela história, pelos personagens e por toda a trama. Quando me dei conta eu estava sendo surpreendida pela narrativa de Machado de Assis mais uma vez e questionando os acontecimentos envolvendo Estácio e Helena.

E vocês nem imaginam a minha surpresa quando descobri certos fatos, sabe. A minha única reação foi "Por que eu sempre tenho que sofrer por causa desses personagens?" E eu sofri (mais uma vez). Eu só sei que quando dei por mim já tinha terminado o livro e pá RESSACA LITERÁRIA. Helena serviu para me fazer relembrar meu amor por clássicos e, principalmente, pelas palavras. Machado nunca desaponta, né.

21 de mar. de 2017

Resenha - 1984


Título original: 1984
Autor(a): George Orwell
Número de Páginas: 414
Editora: Companhia das Letras
Nota: 💘💘💘💘💘/5 (+ listinha de favoritos)

Sinopse: 1984 é uma das obras mais influentes do século XX, um inquestionável clássico moderno. Publicado em 1949, quando o ano de 1984 pertencia a um futuro relativamente distante, tem como herói o angustiado Winston Smith, refém de um mundo feito de opressão absoluta. Em Oceania, ter uma mente livre é considerado crime gravíssimo, pois o Grande Irmão (Big Brother), líder simbólico do Partido que controla a tudo e todos, “está de olho em você”.


Resenha: Talvez seja um pouco difícil falar sobre esse livro sem contar muito ou soltar algum spoiler, mas vou tentar porque, além de incentivar os meus amigos e conhecidos a lerem, queria suscitar alguns pontos e refletir sobre os personagens.

1984 é uma distopia que foi escrita por George Orwell ou Eric Arthur Blair (seu nome verdadeiro) em 1949 e nos apresenta um futuro um tanto quanto difícil de viver e bastante tirânico. Vale lembrar que na época em que o autor terminou de escrever o livro, o nazismo, fascismo e a segunda guerra mundial ainda eram uma realidade bem próxima da sua. Então, vamos tentar imaginar como tudo isso pode e deve ter afetado o Orwell de alguma forma e, consequentemente, o livro que ele estava escrevendo.

"Sabemos que ninguém toma o poder com objetivo de abandoná-lo. Poder não é um meio, mas um fim." 📓

O universo que Orwell nos apresenta é um no qual o mundo está dividido em três grandes superestados: Oceania, Lestásia e Eurásia. E todos eles são governados por partidos tirânicos, repressores e totalitários. Assim, a nossa trama se passa em uma cidade da Oceania, onde um dia foi Londres, em um Estado que é governado pelo Socing e que tem na figura do Grande Irmão (Big Brother) seu líder que “está de olho” em tudo. A sociedade da Oceania se divide em três: o núcleo do partido – que é a mais alta camada-, partido externo – que é mais baixa do partido e a qual o personagem principal do livro faz parte- e os proletas – a mais baixa de todas.

O governo controla literalmente tudo que há, tudo que as pessoas fazem, tudo que as pessoas possam pensar e até mesmo o passado. As famosas teletelas, que estão instaladas em qualquer lugar público ou privado, observam tudo, todos e estão atenta a qualquer indicio de pequena mudança de expressão facial ou humor que alguém possa ter ao assistir uma notícia ou programa. Assim, essas teletelas são uma das ferramentas que o governo tem de te espionar e saber sobre a sua vida.



Imaginem, zero privacidade até para ir ao banheiro. Sem contar que nessa onda toda de zero privacidade, liberdade qualquer coisa mínima, um questionamento bobo ou apenas o fato de alguém ser um pouco mais inteligente pode fazer com que a pessoa suma. Isso mesmo suma, você não só é preso, vai trabalhar em um campo de trabalho forçado ou morrer... O governo faz com que você nunca tenha existido, você é evaporado do sistema e todas as provas que possam mostrar que um dia você existiu somem. E todos sabem disso, mas é algo que ninguém admite em voz alto ou pensa muito porque até pensar muito pode ser um crime, né.

Bem, esse é o mundo em que vive o Winston, personagem principal da história, que é um funcionário do Partido e trabalha no Ministério da Verdade. O trabalho dele tem a ver com que falei ali em cima já que ele é encarregado de modificar as notícias, os jornais, para que tudo que o partido fale ou faça esteja comprovado. Dessa maneira, o partido sempre tem razão, sempre prevê tudo e tem o poder de fazer com que alguém ou algum acontecimento nunca tenha existido e seja eliminado de qualquer fonte possível. Então, esse personagem começa a ter alguns pensamentos que podem ser considerados pensamento crime, em novafala – que é o novo idioma da Oceania que o partido criou e está finalizando- além de fazer algo que não deveria: começar um diário. Assim, além de começar a pensar em certas, o nosso Winston começa a escrever aquilo que pensa. Imaginem o tamanho da encrenca que isso pode gerar.

E é a partir daí que a história vai se desenrolando na primeira parte. Primeira parte? Sim, o livro é dividido em três partes e cada uma conta um pouco sobre alguma coisa. Na primeira, somos apresentados a sociedade, conhecemos um pouco mais sobre o partido, a vida do Winston e o que ele pensa. Na segunda, já vamos acompanhar o envolvimento do nosso personagem principal com a Julia, uma colega de trabalho, que meio que vira seu par romântico, digamos assim. Na terceira e última parte, já vemos o Winston quando aceita esse seu lado mais revoltado contra o Partido e o desenrolar das decisões que ele, e a Julia também, tomaram.

Eu chamo atenção para personagem da Julia que, como eu falei, vamos conhecer melhor na segunda parte; Julia é diferente das outras mulheres da sociedade do Winston é livre de inúmeras formas e, principalmente, sexualmente. É importante destacar isso porque sexo é só pra procriação e mulheres não devem sentir prazer; e ela meio que anda na contramão de toda essa ideologia. Além dela, temos também o O’Brien que é um cara que faz parte do núcleo do partido e se aproxima do Winston nessa fase mais rebelde dele. Eu poderia falar mais sobre, mas falar mais significaria contar coisas que não devo contar e dar spoilers 😉

Dessa forma, Orwell criou uma história magistral ao me ver e que provoca uma grande reflexão com sua escrita simples, mas carregada de significados. O que mais incomoda não é o Winston ser o personagem falho ou difícil como pessoa que ele é, ou a Julia ser cheia de ideias ou o O’Brien com seu jeitão um quanto que suspeito.... o que causa uma estranheza e algo dentro de você é a falta de liberdade, a falta de espaço próprio, a maneira como parece que não tem saída, que não tem escapatória. Isso mexe com a sua cabeça e faz você refletir bastante. Pelo menos comigo foi assim, sabe.



Eu terminei o livro bem passada com alguns acontecimentos e me questionando sobre várias coisas. E, principalmente, terminei o livro tendo que pra mim... a Julia é uma grande personagem visto que ela é livre numa sociedade onde ser livre é um crime mesmo que você seja livre de pensamento, sabe. Acho ela uma personagem bem interessante e que me instigou bastante ao longo da história sem contar que me fez repensar certos acontecimentos. Assim, a Julia foi meu grande destaque da história 💙

E o Winston? Ai, gente. É difícil falar do Winston porque não quero soltar nenhum spoiler e provocar ódio, mas achei algumas coisas  que ele faz não muito admiráveis. Eu não virei fã ou senti uma ligação profunda porque pelo início do livro... senti bastante desconforto com a pessoa, mas ele é diferente do resto em muitos aspectos. É só isso que tenho a dizer. No mais, eu recomendo a história e acho que vai ser bem difícil escolher entre A Revolução dos Bichos ou 1984 como meu livro favorito do autor. 

Por @Larill 

16 de mar. de 2017

A Morte de Sarai - Resenha


Título original: Killing Sarai
Autor(a): J. A. Redmerski
Número de Páginas: 255
Editora: Suma de Letras
Nota: 💘💘💘💘💘/5 (+ listinha de favoritos)

Sinopse:  Sarai era uma típica adolescente americana: tinha o sonho de terminar o ensino médio e conseguir uma bolsa em alguma universidade. Mas com apenas 14 anos foi levada pela mãe para viver no México, ao lado de Javier, um poderoso traficante de drogas e mulheres. Ele se apaixonou pela garota e, desde a morte da mãe dela, a mantém em cativeiro. Apesar de não sofrer maus-tratos, Sarai convive com meninas que não têm a mesma sorte.

Depois de nove anos trancada ali, no meio do deserto, ela praticamente esqueceu como é ter uma vida normal, mas nunca desistiu da ideia de escapar. Victor é um assassino de aluguel que, como Sarai, conviveu com morte e violência desde novo: foi treinado para matar a sangue frio. Quando ele chega à fortaleza para negociar um serviço, a jovem o vê como sua única oportunidade de fugir. Mas Victor é diferente dos outros homens que Sarai conheceu; parece inútil tentar ameaçá-lo ou seduzi-lo.

Em “A Morte de Sarai”, primeiro volume da série Na Companhia de Assassinos, quando as circunstâncias tomam um rumo inesperado, os dois são obrigados a questionar tudo em que pensavam acreditar. Dedicado a ajudar a garota a recuperar sua liberdade, Victor se descobre disposto a arriscar tudo para salvá-la. E Sarai não entende por que sua vontade de ser livre de repente dá lugar ao desejo de se prender àquele homem misterioso para sempre.

Resenha: Killing Sarai foi o primeiro livro que li da autora e foi o que me fez virar fã da escrita da J. A. Redmerski. Senti que depois de praticamente cinco anos sendo fã da série, eu tinha como obrigação fazer uma resenha. Então, finalmente chegou esse dia e lá vamos nós. Ah, peço perdão desde já caso alguém encontre algum spoiler, mas a minha intenção aqui é lançar totalmente a minha opinião sobre esse livro e essa série. Então, vamos perdoar a Larissa.

A Morte de Sarai é o primeiro livro da série Na Companhia de Assassinos (In the Company of killers, em inglês) e vai nos contar um pouco da história da Sarai, como o próprio título já diz. Sarai é uma americana que com 14 anos foi entregue a Javier, um traficante de drogas, e, desde então, vive em uma fortaleza no meio do deserto. A jovem esqueceu totalmente o que é ter uma vida normal devido a todas as situações que viveu, assistiu e presenciou, mas nunca perdeu a esperança de um dia conseguir sair daquele lugar. Assim, passou nove anos esperando pela oportunidade de fugir quando, um dia, um assassino americano chamado Victor aparece para fazer um trabalho para Javier e se torna sua única chance de escapar daquele lugar e voltar aos Estados Unidos.

Bem, imagina a confusão que isso pode dar, né. Victor é um assassino de sangue-frio que desde pequeno foi treinado para matar e servir A Ordem. Sarai é alguém que busca pela tão sonhada liberdade e é capaz de fazer tudo para tentar recupera-la. Quando ela entra no carro dele para tentar sair dessa vida, seu destino muda para sempre já que passará a ser perseguida pelos homens de Javier, que a quer de volta, e parece que o assassino de aluguel não está nem um pouco feliz em ajudá-la a fugir. Além de tudo que precisa passar, os instintos de Sarai começam a mostrar cada vez mais que ela talvez nunca mais consiga viver normalmente em sociedade.

A trama vai se enrolando a partir da fuga da jovem e vai se desenrolando de uma forma que os acontecimentos deixam o leitor bastante envolvido na trama e querendo saber até que ponto Sarai é capaz de ir. Os capítulos são narrados em primeira pessoa e vão se alternando entre Sarai e Victor conforme a história vai progredindo. Além disso, com o suceder da trama vamos encontrando novos personagens, reencontrando outros e dando de cara com alguns que talvez não sejam tão legais assim.

“ No final, você só pode confiar em si mesma. Eu não sou seu herói. Não sou sua alma gêmea que jamais deixará que algo de ruim lhe aconteça. Sempre confie em seus instintos primeiro e em mim por último”


A primeira coisa que chamou muito a minha atenção quando li o livro a primeira vez, e que fez com que eu adorasse a história, é que tudo foi construído de uma forma inteligente, com os pontos muito bem amarrados e de maneira que quase tudo seja muito bem trabalhado ao longo do livro mesmo que ele não seja muito longo. É interessante a forma como que por mais que Victor seja um assassino, não saiba amar e tenha todas as características que aparenta ter, ele ainda é um ser humano e um personagem que acaba te cativando e fazendo com que você torça para que tudo dê certo no final para além. Mesmo que ele descubra que ainda resta um bocado de humanidade dentro dele, ele não deixa de ser um personagem sombrio e complexo. Então, não se deixe enganar pelos acontecimentos porque existe muito mais a descobrir sobre o Victor nos próximos livros.

E falando sobre esse personagem em questão, lembrei que gostaria de destacar que os personagens são incríveis e construídos de uma forma que você se prende a história, você se prende a eles. Isso faz com que você crie uma ligação e até entenda mais o lado dele. Dessa forma, por mais que Sarai tenha passado por tudo que passou e tenha feito tudo que fez... você não deixa de sentir compaixão e, as vezes, até um pouco de pena porque o leitor entende que tudo que a personagem viveu contribuiu, de várias maneiras, para que ela se tornasse quem se tornou. E isso é algo que a J. A. conseguiu fazer isso com maestria nessa série.




Outro ponto que merece um destaque é como a Sarai vai evoluindo ao longo do livro e, principalmente, ao longo da série (até agora só foram publicados três livros no Brasil, mas ao todo a J. já lançou seis - e todos ótimos, diga-se de passagem). Acho que talvez a personagem choque um pouco a todos até mesmo por tudo que ela passou, tudo que aguentou e vivenciou, mas, de certa forma, a maneira como ela vai lidando com os acontecimentos, aceitando quem ela é e lutando por uma vida, por um caminho, acabam chamando atenção e faz com que o leitor termine o livro entendendo como ela desenvolveu certos instintos e como ela passa a reagir a certas situações. E é juntando tudo isso que faz com que eu termine o primeiro livro achando a Sarai uma personagem fascinante e, de alguma maneira, incrível do seu jeito. Conforme a história vai acontecendo, nós vemos como ela é uma pessoa forte e como a vida dela nunca foi algo próximo do normal mesmo que não tenha sido abusada ou maltratada como outras meninas do Javier foram. Entretanto, isso não faz com que ela seja menos sofrida e, na minha opinião, acaba contribuindo de alguma forma para que ela seja forte e uma personagem bem marcante, que vai decidir o que quer e fazer o que quer.

             “- Ninguém é inocente - digo com rispidez, surpreendendo até a mim mesma. - Eu muito menos. " 

Enquanto isso, Victor é um personagem durão – como já citei antes -, mas um humano que parece que quando ajuda a Sarai acaba se lembrando disso. Ele acaba se envolvendo mais do que devia com a garota e, acima de tudo, enxergando aquilo que talvez nós, os leitores, possamos demorar um pouco para perceber: que a Sarai não é mais uma pessoa comum, alguém capaz de viver normalmente em sociedade; ela desenvolveu um instinto tão forte quanto o dele e isso é um prato cheio para a história e para os próximos livros. Além disso, há sim um envolvimento amoroso, mas romance não é o foco do livro e como a própria autora aponta: essa não é uma história de amor. Talvez aquilo nem seja um sentimento propriamente dito, como a Sarai mesmo diz no livro, e esse é outro ponto que chamou minha atenção e merece ser lembrado aqui nessa resenha.

Eles são OTP? São. Eles fazem com que a gente torça pra ficarem juntinhas? Fazem. Entretanto, eles são duas pessoas marcadas por certos acontecimentos, moldadas por esses acontecimentos também e com instintos que podem ser pra lá de assustados, pra mim. Tem um pouquinho de envolvimento amoroso sim, mas não acho que chegue a ser um romance ou que ele estrague o livro. Na verdade, ele torna a história um pouco mais interessante e, se você continuar lendo a série vai perceber, que ajuda a desenrolar mais a história lá pra frente e faz com que algumas tramas se tornem bem interessantes. Apesar de tudo isso, não acho que esse “relacionamento” seja daqueles clichês e romances que geralmente vemos nos livros, mas cada um com a sua opinião. E a própria autora faz questão de ressaltar isso no twitter ou nos fóruns de debate sobre a história: não é sobre amor e traições podem acontecer a qualquer momento.

      “ – Ela já está tão anestesiada para o que é normal que talvez nunca consiga levar uma vida normal. Ela sabia que eu estava provando a comida dela porque você queria ter certeza de que não estava envenenada, mas isso não a abalou. Ela se sentou à mesa conosco, devorando aquele almoço como se fossemos uma simples família de três pessoas fazendo o lanche da tarde em um bairro residencial.”

No mais, o livro não é muito extenso, não enrola e é bem gostosinho de se ler. A escrita da J. A. Redmerski é fluida, envolvente e que quando você percebe.... já tá no final da história, querendo o segundo e com aquele gostinho de quero mais.  E eu espero que você realmente fique com esse gostinho de quero mais porque, na minha opinião, os livros são melhoram com o passar do tempo e o desenrolar da série. Assim, fica difícil eu não dar cinco estrelas para esse livro, colocar ele na minha listinha de favoritos e virar fã da autora. Talvez essa seja a resenha mais diferente que escrevi aqui, mas eu precisava compartilhar com vocês um pouco desse meu amor por essa série. Espero que vocês gostem ou pelo menos deem uma chance para esse livrinho 💜 

Por @Larissa

2 de mar. de 2017

Resenha de Mar de Pedras


Título: Mar de Pedras
Autor: Daniel Barros
Editora: Thesaurus
Número de Páginas: 255
Nota: 💙💙💙💙/5

   Resenha: O livro narra a história de Henry Melo, um fotografo profissional que tem um quê de Don Juan aliado à sua simpatia e bom coração. Dividindo seu tempo entre a pequena ilha que mora no Alagoas e suas viagens a trabalho para os mais diversos lugares, Henry conhece o mais variado tipo de mulheres, modelos e possui uma vida amorosa bem movimentada; os seus relacionamentos são de curta duração e envolvem bastante atração sexual até que ele se depara com sentimentos diferentes pela bela Francesca, que também é modelo. Além disso, Henry está cada vez mais envolvido com a população da ilha onde mora e começa (cada vez mais) a se envolver nos assuntos da política. Um prato cheio para uma grande trama e confusões, certo?!

A narrativa se concentra nessa pequena cidade/ilha do interior que nos mostra como a política das cidades pequenas remete a mesma da República Velha, igual nos livros de escola, em que a hierarquia ainda reina na figura do prefeito, que vem de uma família rica que passa mais tempo na Capital do que na própria cidadezinha e que pouco se interessa pelas questões dos moradores locais. E é nesse descaso do prefeito que a população sempre acaba recorrendo a Henry e ao Padre Francisco. A maioria dos moradores da região são pescadores e pessoas simples, mas de grande coração como Seu Antônio – velho pescador que viu Henry crescer e é um amigo de longa data -, sua neta Carolina, que toma conta da casa de Henry quando ele está fora da cidade.


- Ah! Como eram Luísa, em Caetés, de Graciliano Ramos, ou Sra. De Rênal, em O VERMELHO E O NEGRO, de Stendhl! – Henry pegou o livro e abriu na página marcada – “era uma simplicidade, ingênua, cheia de inocência, muito tímida e a alma ingênua era tamanha que não ousava julgar os atos do mrido”- Henry comentou: - e, além disso, uma rica herdeira com educação religiosa. Essas duas mulheres com certeza eram pra casar. 



   Um livro narrado em terceira pessoa e que se concentra, principalmente, no ponto de vista do Henry e em um grande questionamento que surge na vida do personagem: ele está tendo um caso com uma mulher casada e apaixonada por outra mulher; essa questão faz o fotografo refletir bastante em alguns momentos do livro. Os capítulos são curtos e isso facilita ainda mais o desenvolvimento da história que em certos momentos faz o leitor questionar o suposto envolvimento de Henry e Francesca e até mesmo a capacidade de Henry em lidar com seus sentimentos. As cenas de sexo não são vulgares, elas dão o tom certo na construção da trama, mas não são apropriadas para menores de idade. A diagramação é simples e perfeita, os erros de revisão são poucos e a leitura é muito fácil. O nome do livro faz todo o sentido quando se chega ao final da história e o leitor precisa mesmo chegar ao último capítulo para entender essa ligação.




Como uma boa Bookaholic apaixonada por bela capas, preciso confessar que a capa de Mar de Pedras foi a primeira coisa que chamou a minha atenção. Ela conquistou meu coração desde o momento em que peguei o livro pela primeira vez e já entrou na minha listinha das capas que eu mais gosto. Com uma capa tão linda assim foi bem fácil começar a leitura, viu. Todos os personagens conquistaram meu coração (como Carolina e Francesca que são personagens fortes e que sabem o que querem da vida), eles foram muito bem construídos e o autor acertou em cheio no desenvolvimento deles e nos caminhos que cada um traçou. O difícil mesmo foi aceitar que o livro havia acabado e ter que lidar com a minha ressaca literária (ainda estou lidando com ela, viu Daniel Barros).

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